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domingo, 31 de julho de 2011

PRECONCEITO: O OVO DA SERPENTE( UDN, CARLOS LACERDA), O QUE CHOCOU O CERRA; E UMA HORDA DE HOMOFÓBICOS, HIGIENISTAS DE TODA SORTE, PRECONCEITUOSOS RELIGIOSOS, ISLAMAFÓBICOS, APAIXOUNOU-SE...POR UM RAPAZ!

EU HEIN ROSA,  ISTO É COISA DA UDN?

NERY DA FONSECA GOSTA DE LIVROS.

Na biblioteca com mais de 15 mil volumes que já manteve em casa, guardava muitos títulos sobre homossexualidade. Um dos preferidos, que continua na estante é La question homossexuelle, escrito por um padre francês, Marc Oraison.

Ele explica o fenômeno de maneira científica, sem criar monstros, como todos fizeram antes dele”. No Brasil, o livro foi editado pela Nova Fronteira, editora de Carlos Lacerda. “O político carioca ficou sensível à causa quando se apaixonou pelo neto de Cecília Meireles”, dispara Edson.


O senhor se tornou conhecido no Brasil inteiro por conta da Universidade de Brasília, onde montou a biblioteca e o curso de biblioteconomia. Era algo planejado?

Quando deixei o Recife, em 1946, me apaixonei pelo Rio de Janeiro. Não queria morar em Brasília. Fiz concurso para a biblioteca da Câmara dos Deputados e pensei em todas as alternativas para continuar no Rio. Não consegui. Ganhei na nova capital do país uma casa que era atacada por ratos todos os dias. Por ser alérgico ao veneno para exterminá-los, adotei os gatos como solução. Cheguei a ter 20. Sou conhecido por ter a casa cheia deles até hoje. Brasília surgiu para mim a partir dali, não foi planejado. Depois vieram os amigos famosos, a Biblioteca da UnB, que virou minha vida.

Um dos amigos mais próximos na nova capital do país foi o paisagista Carlos Burle Marx, que também era homossexual. Vocês foram namorados?
Fomos muito amigos porque ele precisava visitar Brasília o tempo inteiro por conta das obras em jardins públicos. Uma companhia incrível. Sua mãe era pernambucana e o pai, alemão. Por isso, aos 16 anos, foi mandado para a Alemanha, onde estudaria canto lírico. Ele adorava fazer voz de soprano para os amigos. Mas não chegamos a namorar.

O senhor tornou-se especialista na obra de Gilberto Freyre. Deve ter alguma explicação para o apoio dele ao golpe militar de 1964.
Tenho uma teoria que desagrada um pouco a família Freyre. Ele queria ser governador de Pernambuco. Achava que poderia ser indicado pelo presidente Humberto Castelo Branco sem precisar de eleições. Gostou de ser deputado na Constituinte de 1946, ao lado de Luís Carlos Prestes, Jorge Amado e Nereu Ramos. Conhecia o Nordeste, tinha convicção que melhoraria as condições de vida na região. Não era por pura vaidade. Mas quem ficou com o cargo foi Nilo Coelho, que oferecia lagosta a Castelo Branco nos almoços de domingo em Brasília. Quando percebeu o que seria, de fato, o golpe, desistiu do apoio. Mas ficou estigmatizado como reacionário.

O senhor tem quatro pontes de safena. Não parece ter sido um homem agitado.
Ja guardei muita raiva. Hoje, sou outro. Passo os dias rezando e escutando canto gregoriano. Redescobri minha vocação monástica na maturidade. Tanto que deixei minha casa na praia, na zona Sul do Recife, para morar bem perto do Mosteiro de São Bento, em Olinda. Virei um oblato, que é um cristão que vive com fervor o evangelho. Quase um monge, mas que vive fora do claustro. Hoje, tenho dificuldades para caminhar, não posso ir à missa todos os dias. Frequento o mosteiro aos domingos porque acho impressionante a proposta dos beneditinos. Eles me ensinaram que Deus é amor. Não o senhor impiedoso que o colégio nos mostrava.

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