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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Serra agarra a sua chance. Na vEJA de 2002. Quaquaqua! Tem gente que acha que isto é jornalismo.

Cerra em 2010. A treva da idade média.

 

 

Dedicado à classe média que lê esta mercadoria e acha  que é jornalismo. Leiam esta propaganda transvestida de jornalismo, besteira pura.

 

Serra agarra a sua chance


O PSDB faz a escolha óbvia para
disputar o Planalto. Agora, o candidato
tem até junho para subir nas pesquisas
e provar que é viável
Felipe Patury
Beto Barata/AE

O ministro: um grande currículo, uma passagem brilhante no ministério e um desafio ainda maior à frente

José Serra venceu a primeira das duas batalhas mais ambiciosas de sua vida política. Depois de passar os últimos meses envolvido numa disputa interna no PSDB, o ministro da Saúde finalmente decidiu anunciar que ele é, sim, candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. O lançamento oficial ocorre nos próximos dias. Com isso, encerra-se a fase apelidada pelo cientista Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, de "tititi calculado".

É tititi porque, nesse momento de definições de candidaturas, os aspirantes dedicam-se a estapear uns aos outros pelas colunas de jornal. O saldo é uma série de feridas a lamber e diversos ressentimentos a contornar – como os do governador Tasso Jereissati e os do ministro Paulo Renato Souza, dois tucanos que como Serra alimentavam o sonho de chegar ao Palácio do Planalto.

 É também uma etapa calculada, lembra Coimbra, porque tudo gira na esfera previsível da política. Fecha-se um acordo aqui, escanteia-se um desafeto ali e assim se constrói uma maioria capaz de viabilizar a candidatura. A partir de agora, Serra tem uma batalha de outra ordem pela frente. O mais novo presidenciável precisa buscar espaço num campo insondável e imprevisível: a alma do eleitor. Ali, conta pouco o cálculo e nada o tititi.

 O que vale é o conteúdo das propostas que os candidatos oferecem ao país e, claro, a empatia junto à opinião pública.

Para garantir que a resposta do eleitorado seja positiva ao seu nome, Serra não pode perder tempo.

Na semana passada, o ministro se movimentava para escolher quem serão as três figuras-chave do futuro comitê de campanha. São elas o coordenador-geral, que organiza a operação, o tesoureiro, que arruma o dinheiro, e o marqueteiro, que trata de melhorar a imagem do candidato.

O ministro já telefonou para o ex-senador José Richa, do Paraná, e o convidou para ser coordenador. Richa, que prometeu pensar no assunto, iria chefiar uma junta formada pelo ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, pelo senador Artur da Távola e pelo presidente de Itaipu, Euclides Scalco.

 Para a função de tesoureiro, Serra está preocupado em sinalizar que trabalha com a maior transparência possível. Na semana passada, recebeu a sugestão de montar um grupo de alto coturno integrado por empresários pesos-pesados e contratar como suporte uma empresa de auditoria externa internacional para supervisionar o bom emprego do dinheiro. Quer com isso evitar acusações de desvios ou uso da máquina do Estado.

 Há dúvidas, no entanto, sobre a utilidade da medida, já que, a princípio, as contas só poderiam ser auditadas depois de a eleição acabar.


Para o posto de marqueteiro, Serra trabalha com duas opções. Pode entregar a tarefa a Nizan Guanaes, atualmente trabalhando para Roseana Sarney, que já o procurou para conversar duas vezes.

O marqueteiro baiano trabalhou na campanha fracassada de Serra para a prefeitura de São Paulo, em 1996, e deixou a campanha no meio. Outra possibilidade em estudo é montar um grupo integrado por Guanaes e Nelson Biondi, seu atual braço direito nesse campo.

Serra está preocupado com a definição do nome, pois sabe que a distância entre a vitória e o fracasso na corrida ao Planalto mora também nos detalhes do que ele mostrar ou disser no horário eleitoral gratuito. Um exemplo disso ocorreu na eleição de 1989. Embora Fernando Collor tenha vencido a eleição, a TV não o ajudou.

 Pode parecer incrível, mas vale a pena rever os números do Ibope. O então governador de Alagoas entrou no horário eleitoral com 42% das intenções de voto e chegou às urnas com 30% no primeiro turno.

Ou seja, perdeu 12 pontos porcentuais, bem mais que os 8% que Serra tem hoje. Será que Collor teria sido eleito caso seu patamar de entrada no horário eleitoral não fosse tão elevado?

De acordo com a estratégia discutida até aqui, Serra concorda em adotar todos os cuidados ligados à estampa que possam melhorar sua imagem. Um assunto que já foi discutido é seu sorriso. Serra sofre de bruxismo, ou seja, costuma esfregar as arcadas dentárias à noite, durante o sono.

 O hábito, que o atormenta há anos, provocou o lixamento parcial de seus dentes superiores a ponto de reduzi-los de tamanho. Como ato reflexo, o candidato dificilmente solta um sorriso despreocupado, o que os marqueteiros consideram negativo para sua imagem, pois a atitude passa tensão.


Mas Serra já informou aos aliados que não pretende disputar com Roseana Sarney no campo da simpatia nem tentará parecer descontraído como Anthony Garotinho, um profissional da comunicação. O propósito do ministro é mostrar ao país que, entre os candidatos que já se apresentaram, ele deve ser compreendido como o mais bem preparado para o enorme desafio da Presidência

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