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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A direita latino americana, arma o golpe contra as forças progressistas, no continente.


HOUV,E EM 1937 EM TRIBUNAIS NAZISTAS, ACUSADOS  INOCENTADOS, PELO MOTIVO  DAS  PROVAS SEREM  TÊNUES. (FOTO-MONTAGEM  BLOG  DO EDUARDO GUIMARÃES.)


Apesar dos avanços dos governos progressistas na América Latina nos últimos tempos, é notória a articulação das forças direitistas com intenção de plantar golpes de Estado e crises internas nos países da região para acabar com o sonho democrático e integracionista que vem sonhando o continente.

Para falar sobre os planos da ultradireita latino-americana e analisar a atual conjuntura política do continente, o Observatório Sociopolítico Latino-Americano entrevistou a jornalista Stella Calloni.


Por Fernando Arellano Ortiz


Na América Latina há uma ameaça latente de setores militares de ultradireita que buscam reeditar a Operação Condor contra os governos progressistas, a mesma que nas décadas dos anos 1970 e 80 e com o auspício de Washington assolou os países do Cone Sul, no sentido de realizar um trabalho supranacional de desestabilização com os auspícios de dirigentes da catadura do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, como denuncia a jornalista argentina, investigadora e ativista de direitos humanos, Stella Calloni.


Com o apoio da CIA, de fundações estadunidenses, bem como do neofranquista Partido Popular, da Espanha, a ultradireita latino-americana está empenhada a todo custo em propiciar golpes de Estado ou criar circunstâncias de choque em países da região governados por líderes de esquerda.



Fundamentalmente, o foco está dirigido contra os governos de Hugo Chávez, na Venezuela; Rafael Correa, no Equador; Evo Morales, na Bolívia; Cristina Fernández de Kirchner, na Argentina; e Daniel Ortega, na Nicarágua, ao mesmo tempo em que lança fogos contra os presidentes Dilma Rousseff, do Brasil e José Mujica, do Uruguai; da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e, claro está, contra o Fórum de São Paulo, que reúne aos partidos de esquerda do hemisfério.


Stella Calloni — experiente investigadora dos horrores cometidos pelas ditaduras militares da América do Sul, autora do livro Operación Cóndor, Pacto Criminal (Edições La Jornada, México, 2001) — lembra que um dos bastiões desta corrente é a Unoamérica.


Organização que nasceu na Colômbia, em dezembro de 2008 e está integrada por militares acusados de violação de direitos humanos e comprometidos com as ditaduras latino-americanas que buscam reeditar o tresnoitado discurso anticomunista da Guerra Fria.


Em consonância com Unoamérica, o ex-presidente Uribe Vélez criou, recentemente, a Fundação Internacionalismo Democrático, cuja principal tarefa é trabalhar pelo desprestígio dos governos de Chávez e Correa.


Calloni é uma jornalista experiente; escritora e poetisa. Foi correspondente de guerra na América Central e se especializou em política internacional.


Em sua vasta obra publicada estão incluídas crônicas, ensaios e livros, entre outros, como Torrijos y el Canal de Panamá (1975); La guerra encubierta contra Contadora (1993); Nicaragua: el tercer día (1986); Panamá, pequeña Hiroshima (1992); Los años del lobo: Operación Cóndor (1999); Operación Cóndor, pacto criminal (2001); Argentina: de la crisis a la resistencia (2002); La invasión a Irak, guerra imperial y resistencia (2002); América Latina siglo XXI (2004); Evo en la mira. CIA y DEA en Bolivia (2009).


Atualmente, é correspondente do Cone Sul para o diário La Jornada, do México e também atua como docente universitária. Entre as múltiplas distinções que recebeu, destacam-se o Premio Latinoamericano José Martí (1986); Premio Madres de Plaza de Mayo (1998); Premio Margarita Ponce Derechos Humanos de la Unión de Mujeres Argentinas y Premio Latinoamericano de Periodismo Samuel Chavkin, da revista Nacla Report of the Americas de Nueva York, ambos em 2001; além do Premio Escuela de Comunicaciones de la Universidad de la Plata, Argentina (2002).



Em função jornalística, percorreu praticamente toda a América Latina, bem como vários países da Europa e da África. Portanto, suas análises são feitas a partir do apalpar da realidade no próprio terreno. É conferencista internacional sobre temas de geopolítica latino-americana e sobre direitos humanos.





A invasão silenciosa dos EUA na América Latina.



Observatório Sociopolítico: Você considera que a ingerência dos Estados Unidos tem se configurado de maneira mais sutil, ou continua sendo mantida a mesma estratégia de finais de século 20 para dominar os povos?


Stella Caloni: Se eles, em todos os seus documentos de política exterior, começaram a considerar que deviam levar em conta a Doutrina Monroe ("América para os americanos”) equivale assinalar que ela continua sendo a base de muitas coisas que eles fazem, com algo muito mais grave: agora o lema é "o mundo para os americanos”.


 Tudo isso, mais a reconfiguração que aconteceu após as Torres Gêmeas, que é um fato que ainda não sabemos quem é o responsável; pois, poderão dizer o que queiram, mas provas não existem de nenhuma espécie; é como se você me dissesse que alguém possa me dar uma prova de que a pessoa que mataram no Paquistão era Bin Laden. Não há provas; não existem e o que Estados Unidos dizem, para mim não tem nenhuma veracidade, porque mentem eternamente.


Após a configuração dessa doutrina de segurança hemisférica, começa também a nova doutrina de guerra preventiva, de guerra sem fronteiras e sem limites; desconhecendo as soberanias nacionais, ao mesmo tempo em que executam outra vertente de trabalho, que é sutil: o envio de todas essas fundações que nasceram durante o esplendor conservador de Reagan para evitar a presença direta da CIA, sobretudo depois de 1975, quando se formou a Comissão Church no Senado estadunidense para investigar o papel dessa Agência de Inteligência no golpe de Estado no Chile, o que motivou que, nos anos 80, a renovação da estratégia de conflitos e de guerra de baixa intensidade, que tem como base a contrainsurgência, que, em linguagem estadunidense, é a permissão aberta para todo tipo de ilegalidade no plano militar, político, cultural, social, econômico etc.




América Latina e seu melhor momento histórico.


Observatório Sociopolítico: Com exceção de países como o México, a Colômbia, o Chile e algumas nações da América Central, a América Latina está passando por um bom momento histórico, que pensa?

Stella Caloni: Historicamente, a América Latina está passando por seu melhor momento; tem conseguido salvar-se da crise econômica e mostrar ao mundo que o remédio que estão utilizando na Europa não serviu para nada; portanto, podemos dizer que estamos à vanguarda da resistência, com lideranças como as de Chávez, Kirchner, Evo, Correa que brotaram dentro de um jogo eleitoral que os Estados Unidos impunham como salvação. Quantas tropas necessitarão para poder controlar o mundo?

 O certo é que os Estados Unidos vão a caminho de afundar.

 E em relação com a América Latina temos que dizer que nossos governos não podem mostrar nem um pouquinho de debilidade, porque qualquer abertura dá pé para que se meta esse poder imperial; temos tudo para evitar e uma mostra disso é o que aconteceu com a OEA, que já não tem voz; está falando como um afônico, porque a Unasul a substituiu mesmo sem ser ainda um organismo totalmente sólido.


Buenos Aires, dezembro de 2011.
 




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